terça-feira, 10 de maio de 2016

Conservação de trilhas: todos em ação!

Uma visão geral sobre o programa de conservação de trilhas empreendidas em uma das trilhas mais frequentadas e afetadas pela presença humana na cidade do Rio de Janeiro: a Pedra da Gávea.
Uma visão geral sobre o programa de conservação de trilhas empreendidas em uma das trilhas mais frequentadas e afetadas pela presença humana na cidade do Rio de Janeiro: a Pedra da Gávea.
Em um mundo aonde cresce diariamente a preocupação com a preservação do meio ambiente, as ações de voluntários e especialistas em meio ambiente têm garantido a preservação de parques e outras belezas naturais pelo país. Seja em multirões ou em ações solitárias, estes amantes da natureza vêm protegendo os nossos parques e atrativos naturais das ações de degradação que estas áreas sofrem em virtude da ação humana na região.
Porém, não basta apenas existirem ações de contenção. A principal iniciativa busca que todos os freqüentadores sigam as normas de boa conduta em ambientes naturais.
E para contar-nos sobre estas ações de preservação de trilhas e ambientes naturais, entrevistamos Marcus Vinicius, guia de turismo especializado em atrativos naturais há mais de 18 anos, biólogo e professor de educação física. Marcus é sócio-gerente daEcotribo e também é um dos sócios fundadores da ONG Verde Perto.
Atualmente, Marcus é responsável pelos projetos de revitalização da trilha da Pedra da Gávea e da Cachoeira dos Primatas, ambos no Parque Nacional da Tijuca.

CS Ecoturismo: Qual é o estado atual das regiões em que você atua? Neste caso, a Pedra da Gávea? Que tipo de acontecimentos estão pondo em risco o meio ambiente da região?
Marcus Vinicius: A Pedra da Gávea, por ser uma das trilhas mais visitadas do país e pelo seu percurso sinuoso, íngreme e quase todo percorrido em área de encosta, sofre com a erosão eólica e pluvial. Em alguns trechos (na cota 800 m), o risco de deslizamento é iminente e a intervenção de técnicos especializados em contenção de encostas se faz urgente para evitar graves acidentes.
Além disso, a insegurança (constantes assaltos) e a visitação predatória (freqüentadores que fazem fogueira e picham rochas) são outros problemas na região.

CS Ecoturismo: Fale-nos sobre a ação ambiental empreendida. Como surgiu a idéia? O que é feito nestas ações? Quem é o responsável por executá-las?
Marcus Vinicius:
 O Projeto de Revitalização da Pedra da Gávea é uma iniciativa de Ivan Amaral, montanhista experiente e com ações importantes de manutenção e manejo de trilhas no PNT e responsável pelo Grupo Terra Limpa de Preservação Ambiental.
Em 2006, a Ecotribo Eventos e Promoções, empresa especializada em ecoturismo e projetos ambientais, se associou ao Terra Limpa e alavancou uma maior intervenção na região. Desde então, passamos a contar com o apoio de algumas empresas privadas e, recentemente, da administração participativa e bem intencionada de Ricardo Calmon, Diretor do Parque Nacional da Tijuca.
As principais ações empreendidas na área:
  • Monitoramento do perfil de visitantes, cadastramento de novos voluntários e enquete mensal;
  • Fechamento de atalhos, poderosos agentes erosivos;
  • Oficinas de Educação Ambiental para crianças e jovens das comunidades do entorno e público em geral;
  • Abertura de canais de drenagem, facilitando o escoamento de água da chuva;
  • Confecção e instalação de degraus de contenção de erosão;
  • Instalação de placas informativas e de identificação das árvores;
  • Manejo de trilhas.
CS Ecoturismo: Essas ações solucionam os problemas existentes?
Marcus Vinicius:
 Sozinhas, não. Precisamos mobilizar a opinião pública. Algumas florestas localizadas em perímetro urbano necessitam de ações permanentes de educação ambiental e constante fiscalização e vigilância dos órgãos competentes.
Com o Parque Nacional da Tijuca (Unidade de Conservação ambiental à qual a Pedra da Gávea pertence) não é diferente, já que a especulação imobiliária, invasões de terrenos e a visitação predatória são constantes.
O patrocínio efetivo e permanente da iniciativa privada e a parceria com o Terceiro Setor são imprescindíveis para complementar nossas ações. Pensando nisso, a Ecotribo e um grupo de ambientalistas tomaram a decisão de abrir uma Associação Ambiental (em fase de conclusão).

CS Ecoturismo: Qual é o papel que cada agente (população do entorno, visitantes do parque, administração, empresas que atuam na região, ONGs) deve ter para evitar a degradação ambiental no local?
Marcus Vinicius:
 Quando todos os segmentos da sociedade e as autoridades governamentais entenderem que o ecoturismo é um das maiores aliados na proteção ambiental e no desenvolvimento sustentável, superaremos o estágio de esperança em um futuro com natureza preservada para vivê-lo no presente.
A iniciativa de abrir uma associação de proteção ambiental nos permitirá implementar projetos já existentes de inclusão social para as comunidades como a de Mata Machado, Rocinha, Jardim Seridó e Rio das Pedras, através do monitoramento ambiental e ecoturismo.

CS Ecoturismo: Qualquer pessoa pode ajudar?
Marcus Vinicius:
 Sim. A cada bimestre, realizamos, no último domingo do mês, um mutirão voluntário, aberto à participação de todos os interessados. Atividades como transporte de materiais, distribuição de folhetos educativos e limpeza de trilhas são desenvolvidos nesse dia. Não há necessidade de experiência anterior.
As ações técnicas descritas na resposta 2 são realizadas por equipe especializada, duas vezes por semana. Aos interessados, oferecemos um curso básico e prático.

CS Ecoturismo: Alguma dica para os visitantes das áreas de conservação?
Marcus Vinicius:
 Visitem as áreas naturais com responsabilidade e, sempre que possível, apliquem e divulguem as regras de mínimo impacto ao meio ambiente.

https://www.cstur.com.br/entrevistas/conservacao-de-trilhas-todos-em-acao

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